9/01/2007

Sim, essa é a verdade que esperava
Escorrendo pela fronte de quem não vê
a verdadeira síntese das engrenagens

Há carne e vísceras que pendem
De cabides fantasmagóricos
Quem é a âncora da minha alma?

Nós, que por pouco não cortamos os pulsos
Engrenamos dia a dia em uma espiral
De erros e dores, luxúria e rancor!
Corroendo as perspectivas e chamando-nos de filhos

Expulsa essa razão de meu crânio
Vai embora, entendimento!!!
Não constrói em minha cabeça mais um túmulo
Para que eu enterre meus sonhos impossíveis!!

Ah, quão ambígua pode ser a existência
Viver amando a morte e morrer, sem nada saber sobre a vida
Cuspir naquele que deveria amar
Amar aquele que deveria repudiar

E com os olhos marejados de um líquido que
Não é lágrima e não é suor, escrevo essas, como últimas
As palavras que pronuciarei.

Ah sonata tão breve
Ah corpo tão triste

Ah, alma! De que elemento você é feita?
De onde nasceu, porque nunca morreu?

Destina meu sofrimento a encarar a miséria de viver.


(poema dedicado àqueles que lutam sem saber porque, e aqueles que sabem o porque, mas não lutam, aguardando a morte)

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