preparar o solo
saciar o chão
se curvar ao tempo certo
comungar com a imensidão
fecundar a terra
enterrar os gãos
se encher de esperanças
ter fé que deus é um cristão
aguardar com fome
deitar e dormir no chão
só raízes em nove bocas
folhas e caule no coração
dedos cegos cavam a cova
tentam dizer a razão
horizontes livres pra ver
sem árvores contra a visão
O que o
vento traz
pra preencher os vazios é leve demais
O que o
vento traz
pra nutrir desespero já é tarde demais
nov-dez de 2011
Ofereça o doce fácil da polpa, mas nunca deixe de oferecer o poder germinativo e a dureza da semente.
12/18/2015
12/03/2015
O problema da vida é formato que demos a ela.
A culpa do aumento dos suicídios desde os anos 70 está na verdade no formato que demos a vida.
Um formato que não se encaixa nos padrões de felicidade de ninguém, o que faz com que muitos queiram fugir da vida. Isso é muito triste e a culpa é nossa.
O trabalho está relacionado intimamente, na nossa sociedade, com o quão importante você é. Isso faz com que você trave a sua luta constante para justificar que é sim um ser humano de qualidade, que alcançou altos padrões profissionais, que ganha muito dinheiro.
O mais interessante é ver que as pessoas lutam suas vidas para atingir esse patamar. Nunca estão satisfeitas com o que tem agora e, obviamente, nunca estão felizes.
Quando atingem o patamar elevado, tornam-se muitas vezes amargos, incapazes de sentirem a suavidade de algo mais voltado paras os sentimentos, provavelmente por terem que afogar os seus próprios para poderem chegar a esses elevados patamares profissionais. Seus únicos prazeres se tornam materiais. Consumo. Comprar o que há de mais caro, mesmo que o mais caro não signifique o melhor. Viajar para os melhores lugares, mesmo que não se divirta, mas que exponha nas redes sociais o quão capaz de gastar esse dinheiro você foi.
A vida passa, desgastada, amarga, distante (num futuro que nunca chega). Não percebemos o calor do hoje. Não percebemos o silêncio que existe quando calamos nossas mentes. A paz. Não percebemos que o que temos que fazer é sermos pessoas felizes.
Se você é um médico, seja porque ama ajudar pessoas.
Se você é um pesquisador, seja porque quer produzir conhecimento para mudar algo para melhor.
Se você é um professor, seja porque ama seus alunos e ama ensinar.
Se você é um (a) don(a/o) de casa, seja porque isso te preenche e isso é importante na vida de todos ao seu redor.
Se você é um lixeiro, seja porque ama ver que seu trabalho é essencial e com ele a vida funciona.
Se você é um artista, seja porque a sua sensibilidade colore o mundo de uma forma que ninguém pôde perceber além de você e, ao expor sua arte, você compartilha com os outros a sua forma, que se torna coletiva.
Nós crescemos o que deveríamos crescer. Agora, precisamos viver.
A culpa do aumento dos suicídios desde os anos 70 está na verdade no formato que demos a vida.
Um formato que não se encaixa nos padrões de felicidade de ninguém, o que faz com que muitos queiram fugir da vida. Isso é muito triste e a culpa é nossa.
O trabalho está relacionado intimamente, na nossa sociedade, com o quão importante você é. Isso faz com que você trave a sua luta constante para justificar que é sim um ser humano de qualidade, que alcançou altos padrões profissionais, que ganha muito dinheiro.
O mais interessante é ver que as pessoas lutam suas vidas para atingir esse patamar. Nunca estão satisfeitas com o que tem agora e, obviamente, nunca estão felizes.
Quando atingem o patamar elevado, tornam-se muitas vezes amargos, incapazes de sentirem a suavidade de algo mais voltado paras os sentimentos, provavelmente por terem que afogar os seus próprios para poderem chegar a esses elevados patamares profissionais. Seus únicos prazeres se tornam materiais. Consumo. Comprar o que há de mais caro, mesmo que o mais caro não signifique o melhor. Viajar para os melhores lugares, mesmo que não se divirta, mas que exponha nas redes sociais o quão capaz de gastar esse dinheiro você foi.
A vida passa, desgastada, amarga, distante (num futuro que nunca chega). Não percebemos o calor do hoje. Não percebemos o silêncio que existe quando calamos nossas mentes. A paz. Não percebemos que o que temos que fazer é sermos pessoas felizes.
Se você é um médico, seja porque ama ajudar pessoas.
Se você é um pesquisador, seja porque quer produzir conhecimento para mudar algo para melhor.
Se você é um professor, seja porque ama seus alunos e ama ensinar.
Se você é um (a) don(a/o) de casa, seja porque isso te preenche e isso é importante na vida de todos ao seu redor.
Se você é um lixeiro, seja porque ama ver que seu trabalho é essencial e com ele a vida funciona.
Se você é um artista, seja porque a sua sensibilidade colore o mundo de uma forma que ninguém pôde perceber além de você e, ao expor sua arte, você compartilha com os outros a sua forma, que se torna coletiva.
Nós crescemos o que deveríamos crescer. Agora, precisamos viver.
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