O problema da vida é formato que demos a ela.
A culpa do aumento dos suicídios desde os anos 70 está na verdade no formato que demos a vida.
Um formato que não se encaixa nos padrões de felicidade de ninguém, o que faz com que muitos queiram fugir da vida. Isso é muito triste e a culpa é nossa.
O trabalho está relacionado intimamente, na nossa sociedade, com o quão importante você é. Isso faz com que você trave a sua luta constante para justificar que é sim um ser humano de qualidade, que alcançou altos padrões profissionais, que ganha muito dinheiro.
O mais interessante é ver que as pessoas lutam suas vidas para atingir esse patamar. Nunca estão satisfeitas com o que tem agora e, obviamente, nunca estão felizes.
Quando atingem o patamar elevado, tornam-se muitas vezes amargos, incapazes de sentirem a suavidade de algo mais voltado paras os sentimentos, provavelmente por terem que afogar os seus próprios para poderem chegar a esses elevados patamares profissionais. Seus únicos prazeres se tornam materiais. Consumo. Comprar o que há de mais caro, mesmo que o mais caro não signifique o melhor. Viajar para os melhores lugares, mesmo que não se divirta, mas que exponha nas redes sociais o quão capaz de gastar esse dinheiro você foi.
A vida passa, desgastada, amarga, distante (num futuro que nunca chega). Não percebemos o calor do hoje. Não percebemos o silêncio que existe quando calamos nossas mentes. A paz. Não percebemos que o que temos que fazer é sermos pessoas felizes.
Se você é um médico, seja porque ama ajudar pessoas.
Se você é um pesquisador, seja porque quer produzir conhecimento para mudar algo para melhor.
Se você é um professor, seja porque ama seus alunos e ama ensinar.
Se você é um (a) don(a/o) de casa, seja porque isso te preenche e isso é importante na vida de todos ao seu redor.
Se você é um lixeiro, seja porque ama ver que seu trabalho é essencial e com ele a vida funciona.
Se você é um artista, seja porque a sua sensibilidade colore o mundo de uma forma que ninguém pôde perceber além de você e, ao expor sua arte, você compartilha com os outros a sua forma, que se torna coletiva.
Nós crescemos o que deveríamos crescer. Agora, precisamos viver.
Nenhum comentário:
Postar um comentário